O vídeo que você vai ver, boa parte em time-lapse, parece versar sobre milhões de formigas — mas não, tratam-se de gnus, também conhecidos como bois-cavalos ou guelengues, que podem pesar mais de 250 quilos e medem em média 1,50 metro na altura dos ombros.
A migração deles é um dos espetáculos mais impressionantes da África. Todos os anos, mais de 1,5 milhão de gnus migram entre a região de Serengeti, na Tanzânia, e a de Masai Mara, no Quênia, atravessando o rio Mara em busca de pastagens frescas, no que é conhecido como o maior movimento em massa de mamíferos em qualquer parte do planeta.
Os gnus chegam a correr até 80 quilômetros por hora para fugir dos predadores, mas o instinto materno chega ao ponto em que uma mãe gnu enfrenta guepardos, hienas e até leões, com seus chifres e coices.
Para fazer esse filme impressionante, os irmãos britânicos Will e Matt Burrard-Lucas chegaram na região em setembro, período em que os gnus iniciam sua viagem de volta para o sul do Serengeti, com um mapa da migração que abrange 3.000 quilômetros do traçado.
O documentário de curta-metragem resultante desta viagem é uma combinação de imagens impressionantes e tomadas em time-lapse, que mostram com fidelidade o drama desta incrível migração, como os gnus sendo puxados pela correnteza e pulando os bancos mais distantes do rio.
Quando os animais alcançam as margens do rio Mara, eles se reúnem em grandes manadas, como que para criar coragem suficiente para fazer a travessia, e uma vez o primeiro animal no rio, todos os outros o acompanham em fila.
Os irmãos cineastas contam que em uma ocasião presenciaram mais de 10.000 gnus atravessando o rio em apenas meia hora. A travessia é perigosa, e não raro acontece de alguns se afogarem na tentativa, ou quebrarem as pernas no salto para as falésias, ou ainda acabarem vítimas de crocodilos, como ocorre no final do vídeo.
O afluxo de tamanha quantidade de gnus para a região é uma oportunidade valiosa para predadores e carniceiros. Lá os esperam, ansiosos, leopardos, leões, hienas e abutres.