Quando não se quer fazer nada, cria-se uma comissão. Para a reforma política, criaram-se duas

Os presidentes da Câmara e do Senado, Marco Maia e José Sarney, acompanhados pelo vice-presidente da República, Michel Temer, e pelo presidente do TSE, Ricardo Lewandowski (ao fundo): mais uma comissão para discutir a reforma política
Um velho ditado referente ao poder diz que, quando não se quer fazer alguma coisa, cria-se uma comissão.
Sinto dizer, amigos, mas é o caso da tal reforma política, supostamente “a mãe de todas as reformas” – uma reforma que todos querem fazer, desde que só afete o interesse dos outros.
Sinal evidente de que nada vai acontecer de mais relevante nesse terreno ocorreu ontem, quando a Câmara dos Deputados criou comissão para estudar o tema e propor soluções. Com prazo de 180 dias para apresentar conclusões, a comissão é gigantesca – composta por 40 deputados, o que por si só já é um problema.
Leia reportagem aqui.
Em vez de cooperarem e trabalharem com uma só comissão, mista, de deputados e senadores, a Câmara e o Senado estão é competindo. O Senado criou e instalou sua comissão há dez dias, composta de 15 membros. Deve apresentar conclusões em tempo rápido demais para tema tão complexo: no começo do mês que vem.
Dois ex-presidentes da República integram a comissão. Veja quem são membros aqui.
Haverá duas dezenas de temas em discussão nas duas comissões. Sobre um único assunto parece haver algum consenso: mudar a data de posse do presidente da República e dos governadores, atualmente no dia 1º de janeiro.
Sendo o primeiro dia do ano e um feriado, a data torna praticamente impossível que compareçam à posse do presidente da República chefes de Estado e governo dos países mais importantes. Os próprios governadores de Estado, para estarem presentes em Brasília na solenidade, têm se submetido a vexames como serem eles próprios empossados, em alguns casos, quase clandestinamente, à uma ou às duas horas da madrugada do dia 1º.
Acho uma bobagem a data que a Constituição de 1988 fixou para a posse do presidente e dos governadores. Mas, cá pra nós, isso é lá assunto para reforma política?
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Talvez mudando a data para primeiro de abril, talvez tenhamos algum argumento para pedir o Impeachment!
Realmente essa tal de reforma é filosofia de Platão!
http://www.linhadiretadoconsumidor.com
Ricardo, como já conversamos por aqui, se os eleitores não ficarem de olho no que está se discutindo em Brasília quanto a reforma política os políticos vão parir um monstro que os fará se afastar ainda mais da fiscalização e cobranças do eleitorado.
Um abraço
Comissão? Será que, algo com este nome que tenha Sarney e Temer no elenco pode significar um grupo de pessoas? Ledo engano . Significa algo como entre 1 e 99 por cento.