Não sei se jamais conheci alguém tão interessado em tantos assuntos, e com tanto empenho e profundidade, como Roberto Civita, infelizmene falecido ontem, no Hospital Sírio-Libanês, em razão de complicações ligadas a um aneuriama na aorta.
Essa era uma de suas muitas qualidades, e não foi por acaso que sua trajetória de vida incluiu estudar Física Nuclear (que abandonou), Jornalismo e Administração de Empresas.
Certamente também não foi por acaso que, ao longo do meio século em que participou das atividades do Grupo Abril nas diferentes funções que ocupou, foram gestadas cerca de 200 revistas sobre os mais variados temas — desde VEJA, uma das maiores semanais de informação do mundo, até publicações sobre jogos eletrônicos, viagens, saúde, automobilismo, ciência, o universo da mulher, economia e negócios, o mundo da adolescente, tecnologia de informação e dezenas de outras áreas do conhecimento e do entretenimento.
O mesmo se pode dizer sobre as áreas que os negócios do Grupo abrangem ou chegaram a abranger — da publicação de listas telefônicas à TV por satélite, de uma incubadora de projetos na internet à TV por assinatura, passando pelo segmento educação, hoje um de seus pilares –, sempre tendo em sua paixão, as revistas, o núcleo fundamental.
Cordial na convivência, divertido como companheiro de mesa, Roberto era extremamente exigente — e o primeiro objeto dessa exigência era ele próprio. Como admitiu certa vez, o fato de não querer ser apenas “o filho do homem” — seu pai, Victor Civita, fundador de um império a partir de meios limitados, vontade férrea, trabalho duro e confiança sem limites — o fez levar profundamente a sério cada tarefa que recebia ou a que se propunha.
Estudava os assuntos à exaustão, preparava-se com cuidado e esmero para cada tarefa, fosse um evento internacional onde seria o orador principal ou um almoço com um convidado que o interessava.
Detalhista e minucioso, expediu, ao longo de seus anos de trabalho, dezenas, talvez centenas de milhares de bilhetinhos para gente de todas as áreas da empresa, hábito que sobreviveu e se superpôs ao e-mail — eram sugestões de pauta, observações sobre ética, críticas ou elogios a reportagens, temas que considerava relevantes e que desejava compartilhar com os colaboradores, reflexões sobre o futuro dos meios de comunicação que lhe chamaram a atenção, artigos sobre liberdade de imprensa, democracia ou direitos humanos.
Para muitos de seus funcionários, pingava religiosamente, uma vez por ano, a tradicional saudação escrita à mão, em que ele brincava com o inglês e desejava um “happíssimo birthday” ao aniversariante.
Exigente consigo próprio, exigente com os outros. Raramente perdendo a cordialidade, Roberto sabia cobrar — e cobrava com base em uma de suas máximas preferidas, segundo a qual “a diferença entre o bom e o ótimo está nos detalhes”.
Detalhes que não perdia: batia os olhos em uma matéria e já enxergava onde poderia ou deveria ser melhor.
Folheava uma edição de uma revista, e em minutos já detectava pontos fracos. Entrava em um dos muitos sites de publicações da Abril e, depois de experimentar as ferramentas disponíveis, checar o layout ou até o tipo de letra escolhido para os textos, sempre tinha algo a acrescentar.
Era um excelente ouvinte. Gostava de falar, de expor suas ideias e convicções, de colocar-se sobre inúmeros temas, mas prestava atenção ao interlocutor. Tinha sempre bloquinhos de anotação disponíveis, especialmente durante almoços com convidados de todas as áreas da vida do país, na imensa sala exclusiva para isso que mantinha no 24º andar do Edifício Abril, na Avenida Nações Unidas (Marginal de Pinheiros).

Anotava ideias, sugestões de leituras ou de pessoas a conhecer, críticas a revistas ou à empresa, palpites sobre o funcionamento da Abril, previsões políticas, frases que lhe diziam algo. Suas eficientes secretárias transformavam essas anotações em fichas de computador, sempre consultadas para o encontro seguinte com a mesma pessoa ou grupo de pessoas — reunião que engordaria novamente as fichas.
Trabalhava muito, em toda parte. Um tremendo workaholic, alguém no qual o trabalho ocupava o centro absoluto da vida. Na Abril, durante a maior parte desse meio século, não tinha hora para sair. Lembro-me de que, sendo eu integrante de VEJA nos anos 70 e 80, ainda na antiga sede da Abril na Avenida Marginal do Tietê, não raro via seu carro estacionado quando deixava a Redação, às 10 ou 11 da noite e, ao chegar no dia seguinte, o carro já estava lá.
Quando o fechamento da edição de VEJA nos obrigava a deixar o prédio no sábado de manhã, Roberto já havia chegado — com parte de seu fim de semana de descanso já comprometido. Vale lembrar que suas responsabilidades, na época, com o pai no comando e o irmão, Richard, ainda fazendo parte da empresa, não se comparavam às que viria a deter.
Nos finais de semana, aliás, as secretárias separavam a “pilha da praia”, a “pilha do sítio” ou a “pilha de casa” — montanhas de revistas, jornais, recortes e xeroxes que lia, anotava e despachava adiante. Durante as viagens, levava consigo, além do material de trabalho daquela empreitada específica, leituras impossíveis de se atravessar no tempo de que dispunha — mas que ele, de alguma forma, parecia conseguir esticar.

Dotado de enorme energia, que seu otimismo incurável parecia vitaminar, não posso imaginar quantas horas conseguia dedicar ao sono: depois de uma longa e estafante jornada de trabalho, ainda encontrava tempo para uma vasta agenda social diária, que ia de jantares de negócios a lançamentos de livros ou outros eventos, muitas vezes mais de um por noite.
Na manhã seguinte, depois dos obrigatórios exercícios físicos com personal trainer, lá estava ele, como sempre, a toda velocidade.
Tive o privilégio de conhecer Roberto Civita no longínquo 1976, ano seguinte ao de minha chegada a VEJA — a primeira de quatro passagens pela Editora Abril, num total de 23 anos de trabalho.
Eu não era nada na ordem das coisas: um jovem editor-assistente que, por ter deixado a editoria de Brasil e passado para a Internacional, acabei sendo incluído na lista de anfitriões a visitantes estrangeiros, em geral embaixadores, que visitavam a Abril e depois almoçavam no antigo Roof, restaurante situado na cobertura da antiga sede de 8 andares da empresa na Marginal do Tietê.
A partir dali, e ao longo do tempo, notando seu interesse pelos assuntos, a gama de informações que detinha, as observações pertinentes que fazia, seu profundo conhecimento do funcionamento da Abril, do mercado de revistas e da atividade jornalística, no Brasil e no exterior, passei a fazer algo que não foi frequente em minha carreira: admirar o patrão. Aprendi muito com ele, mais do que poderia descrever.
Quando deixei VEJA após quase uma década, ele nunca perdia a oportunidade, ao me reencontrar, de me lançar novamente a pergunta:
— Quando é que você volta para casa?
Essa mesma pergunta me seria enviada, dessa vez por meio do tradicional bilhetinho, logo após integrar a bancada de entrevistadores do Roda-Viva da TV Cultura que teve Roberto como entrevistado, no final de 1988, acrescida de agradecimentos por minha participação no programa.
Eu era então diretor regional em São Paulo do falecido Jornal do Brasil e só regressaria à Abril pouco mais de três anos depois, após um período como editor-chefe do Estadão. Voltei como diretor-adjunto do então vice-presidente executivo da Abril, diretor editorial e braço direito de Roberto, Thomaz Souto Corrêa, até hoje um mestre e um amigo querido.
A “volta para casa”, uma vez ocorrida, duraria dez anos, período em que, exercendo funções de direção, pude trabalhar mais próximo a Roberto Civita. Comprovei então, uma vez mais, que não são conversa fiada as palavras que compõem a missão da Abril, e que estão incrustradas em metal na parede de mármore da entrada principal da sede da empresa:
“A Abril está empenhada em contribuir para a difusão de informação, cultura e entretenimento, para o progresso da educação, a melhoria da qualidade de vida, o desenvolvimento da livre iniciativa e o fortalecimento das instituições democráticas do país.”
Deixei de novo a Abril em meados de 2001, desta vez com ânimo de me dedicar somente a projetos pessoais e a baixar o ritmo de vida. Nesse período, além de encontros sociais, mais de uma vez fui à empresa convocado por Roberto para conversar, em almoços ou não.
Em um de nossos encontros, pediu-me que procurasse colaborar em algo que era uma de suas obsessões: como “amarrar” juridicamente a empresa de forma a que o princípio de divisão “Igreja-Estado” — a separação entre a área comercial e a editorial, princípio sagrado dos grupos de comunicação sadios — ficasse garantido no longo prazo, fosse quem fosse, no futuro, dirigir os destinos da Abril.
O assunto (a amarração jurídica) é terrivelmente complexo, e a colaboração que pude fornecer certamente não o resolveu.
Terminei retornando uma vez mais à Abril em setembro de 2010, para começar um blog, de que este texto faz parte.
Publiquei, desde então, mais de 3 mil posts — seguindo diretrizes firmes da empresa, nenhum deles lido por qualquer pessoa antes de chegar ao leitor, o que incluiu o próprio Roberto. Ele nem sempre concordou com o conteúdo do que escrevi, mas sempre me estimulou a prosseguir.
A verdade é que, em 23 anos de convivência mais ou menos próxima com o comandante da Abril, nunca ouvi de Roberto Civita uma ordem ou uma diretriz que estivesse em contradição com a missão da empresa. Sempre observei nele uma genuína e predominante preocupação com os rumos do país, a postura de que a empresa deveria, sim, ganhar dinheiro e dar lucro, mas jamais em prejuízo de seu objetivo maior, voltado para o bem comum.
Empresário e também jornalista, achava-se detentor de uma missão — a de servir aos cidadãos que consumiam informação proporcionada pelos veículos da Abril e ao que considerava os interesses maiores da sociedade e do país, longe e acima dos governos.
Falei acima em admiração pelo patrão — e o que mais me fez admirá-lo foi sua atitude de, com uma frequência impressionante, arriscar o patrimônio e a empresa confrontando o poder.
18 Comentários
Querido Ricardo, Que maravilhosa experiência a minha de ter a possibilidade ímpar de que dois dos jornalistas que acompanho com muito carinho, e disto há já um bom tempo, escrevam dois textos, cada um no seu estilo particular, que de tão belos,chegam a emocionar! Nota-se neles um profundo respeito e, porque não dizer, também de admiração por um homem que, tendo tudo, tinha o dom da simplicidade e respeito por aqueles que trabalhavam na revista VEJA, uma das maiores semanais do mundo, plagiando a sua informação. Como você explicitou com a sua classe e finesse de sempre, uma resenha sobre a vida do editor Roberto Civita. Um empresario exigente, perfectionista e de uma altivez que impunha respeito até mesmo nos seus detratores que lhe tocou enfrentar, nos tempos difíceis quando havia uma limitação à livre expressão da palavra e, nos anos posteriores, o enfrentamento com os poderosos de turno que pensaram que poderiam amedrontá-lo, mas nada o desviou do seu caminho já traçado. Hoje temos o fruto desse comportamento férreo. Quando o dia sábado está chegando os malfeitores se persignam porque não sabem o que pode trazer a capa de VEJA. Apesar das fortes criticas que enfrentou, as ameaças veladas que, de vez em quando os petistas soltam como, por exemplo,que querem impor a socialização da imprensa. Mas o editor Civita e a sua equipe não se deixaram intimidar! Espero que o filho siga a saga do avô e do pai para manter em alta a nossa VEJA! Os meus mais sinceros parabéns por mais este belíssimo Texto, extensivo ao jornalista Augusto pelo trecho que acompanhou o seu.. Um duo imbatível!! Um abração-Kitty..(É bom rever textos escritos algum tempo atrás e,também, o que nós escrevemos naquele momento..Recordar e viver..Parabéns queridos escribas Ricardo e Augusto..Vocês são demais.)/// Sua gentileza e generosidade não têm limites, querida Kitty. Um grande abraço
Setti, como é prazeiroso poder ler tanta coisa bonita, do admirável patrão. Poderia destacar vários trechos que me comoveram, escrito e testemunhado por você mas, me detenho em- "não querer ser apenas, o filho do homem".- os bilhetinhos, que maravilha ! Torço, para que eles tenham sido guardados.-" a diferença entre o bom e o ótimo, está nos detalhes",esplendoroso !- enfim...ouvir ele dizer: " quando volta para casa ?" isto, não tem preço ! Que o Grupo Abril, continue neste rumo, deixado pelo Sr. Roberto Civita. Abraços emocionados, Dulce Regina
Querido Setti, em meus quase 28 anos de Abril também aprendi a admirar e respeitar o "patrão" como você mesmo disse. O Brasil perdeu um grande homem. Torço para que o Grupo Abril prossiga seguindo os exemplos do "Dr. Roberto". Obrigado pelo seu testemunho e por seu comentário, querida Ana. Também espero o mesmo que você. Beijos
Sr. Setti, belo texto, Só uma dúvida. Porventura o Governo Federal "chefiado" por Lula e sua PresidenTA emitiram alguma nota de pesar? A presidente emitiu, sim, nota de pesar.
Ricardo, acho que já lhe contei como comecei a ler a VEJA. Mas vale a pena repetir. Corria o segundo semestre de 1975, e eu em meu primeiro período da faculdade de engenharia de PUC-RJ. Já me interessava por política havia uns dois anos, quando acompanhei a fantástica derrota da ditadura nas eleições para o Senado em 1974. Até entrar para a PUC, minhas leituras se prendiam aos jornais diários da época, JB, O Globo e, de vez em quando, a aguerrida Tribuna da Imprensa de Hélio Fernandes, irmão de nosso saudoso Millor. Na PUC, em contato com o pessoal do diretório acadêmico, me aproximei de leituras um tanto mais, digamos assim, subversivas, tais como os jornais alternativos Pasquim, que dispensa comentários, e o Opinião, um dos mais censurados do período militar. Esse último era um jornalzinho excelente. Nele tive contato com matérias do francês Le Monde, e passei a admirar e conhecer um sociólogo que viria a ser Presidente da República, FHC. Incrível que FHC e seus parceiros no Opinião, o futuro ministro Sergio Motta e o futuro deputado Fernando Gaspariam, eram considerados quase subversivos naquele período inicial do governo Geisel. Bem, continuando, carregava o jornal, comprado sempre na banca que existia em frente ao banco (quem estudou lá há de lembrar). Vivia com o jornal pra cima e para baixo. Discutia matérias com colegas da faculdade e colegas do meu bairro. Minha admiração pelo jornal só crescia. Um belo dia, ao sair tarde da PUC, eu morava num dos subúrbios da Leopoldina, bem longe da Gávea (na Zona Sul), fui encontrar com meu pai no Centro para pegar uma carona para casa. Naquele período sem metrô os ônibus já andavam lotados. Meu pai era diretor de um empresa média do comércio na praça do Rio de Janeiro, e lá chegando, fui informado de que estava em reunião com o resto da diretoria. Quando anunciaram minha presença, fui chamado para tomar um café na sala de reuniões. Conhecia todos ali desde minha pré-adolescência. O Presidente (o DONO) desde os meus 4 anos de idade. Cometi a besteira de entrar naquela sala muito bem mobilhada com minha bolsa, daquelas que pendurávamos no ombro. Bastaram dois minutos lá dentro para que um dos diretores acusasse o meu crime: eu andava lendo o Opinião, que estava, como sempre, no bolso externo da bolsa. Pra quê. Tomei uma esculhambação de todos na sala. Disseram no mínimo que o Opinião era um jornal comunista, e que as matérias do Le Monde eram proto-comunistas. Meu pai ficou vermelho de raiva. No mínimo pensava que passava a imagem de estar criando um subversivo. Na semana seguinte ele me presenteou com duas assinaturas. Uma do JB. Ele queria fazer a do O Globo, mas botei pé firme quanto ao jornal da Condessa Pereira Carneiro. A outra foi da VEJA. Mantive as duas assinaturas por décadas. A da VEJA até 1996, 1997. Parei de ler a revista pois achava que ela era muito cri-cri com o governo FHC, veja você. Passei a ler a revista como o faço hoje, esporadicamente. A do JB mantive até 2003, quando seus problemas internos faziam a entrega do jornal ficar errática. Hoje, ao ler essa sua excelente matéria sobre Roberto Civita, me lembrei desses fatos. Acompanhei nas páginas de VEJA os últimos anos do regime militar, a redemocratização e o início de nossa democracia. Tenho saudades de ficar esperando a revista nas manhãs de domingo. Exultava quando a entrega era adiantada para o sábado a tarde. Bons tampos. Por favor, se possível, transmita os meus sentimentos a família e a todos os profissionais da Ed. Abril. Mais uma vez, parabéns pela matéria. Denota toda a sua admiração e lealdade pelo Sr. Civita. Abraços
ROBERTO CIVITA seguiu fielmente o caminho do pai VICTOR CIVITA, com excelentes CRÔNICAS e PONTOS DE VISTA em edições de fim-de-ano da revista(VEJA)...Sempre palavras otimistas,de esperança e boas perspectivas para o futuro do PAÍS...Á FAMÍLIA MEUS SENTIMENTOS e que descanse em PAZ no ORIENTE ETERNO...
Seu Setti, parabéns pelo texto, o Sr. e o Augusto,mostram como é possível uma relação profiisional respeitosa e d alto nível. Entre o Capital e o trabalho. Aula de etiqueta, respeitosa sobre reciprocidade profissional. Infelizmente, hj, no Brasil relação profissional é feita na base do Gangsterismo e trapaça. Estimulado pelo destrato e pela calúnia sindical do PT.
Dois textos esclarecedores e emocionantes, Ricardo, o seu e o do Augusto. Devo à família Civita e à Abril boa parte do meu abençoado vício da leitura, que vem desde as revistas Disney da minha infância até chegar à Veja, Superinteressante e Exame, das quais sou leitor assíduo. O Brasil precisa cada vez mais de empreendedores como os Civita, que criam milhares de empregos, revelam talentos profissionais, geram desenvolvimento e impostos. E cada vez menos de populistas irresponsáveis, que criam milhares de cargos públicos para inúteis que não geram nada além de burocracia, atraso e corrupção.
Setti, vocês todos estão de parabéns por terem construído junto com Roberto Civita esta revista que é um patrimônio cultural e um baluarte da liberdade de expressão no país. Com certeza tudo só foi possível com a união de espíritos abertos e justos, pois nada de duradouro se constrói sozinho.
Belo artigo, respeitoso e rico em informações. Fiquei conhecendo melhor Roberto Civita e assim posso medir o tamanho da perda que foi para o nosso Brasil.
Admiro a obra e vida do RC, mas não posso deixar de comparar o que vi e vejo nos meus 60 anos. Podem não gosta, mas lá vai. Existe um abismo entre grupo Abril e o grupo Globo. Um é o senhor do seu próprio destino, e o outro é o servo de todos os senhores. O falecido JB fazia frente aos "malfeitos" dos governos e hoje o que existe, na Internet, não é nem uma sombra do que foi. Você foi feliz em ter conhecido e trabalhado com alguém deste calibre. Parabéns!
Belo e emocionante texto ! Dá para sentir muito bem toda a admiração que esse homem tão raro provocou em vocês. Que o seu maravilhoso legado continue através de seu filho. Um grande abraço ! Vera
Querido Ricardo, Que maravilhosa experiência a minha de ter a possibilidade ímpar de que dois dos jornalistas que acompanho com muito carinho, e disto há já um bom tempo, escrevam dois textos, cada um no seu estilo particular, que de tão belos,chegam a emocionar! Nota-se neles um profundo respeito e, porque não dizer, também de admiração por um homem que, tendo tudo, tinha o dom da simplicidade e respeito por aqueles que trabalhavam na revista VEJA, uma das maiores semanais do mundo, plagiando a sua informação. Como você explicitou com a sua classe e finesse de sempre, uma resenha sobre a vida do editor Roberto Civita. Um empresario exigente, perfectionista e de uma altivez que impunha respeito até mesmo nos seus detratores que lhe tocou enfrentar, nos tempos difíceis quando havia uma limitação à livre expressão da palavra e, nos anos posteriores, o enfrentamento com os poderosos de turno que pensaram que poderiam amedrontá-lo, mas nada o desviou do seu caminho já traçado. Hoje temos o fruto desse comportamento férreo. Quando o dia sábado está chegando os malfeitores se persignam porque não sabem o que pode trazer a capa de VEJA. Apesar das fortes criticas que enfrentou, as ameaças veladas que, de vez em quando os petistas soltam como, por exemplo,que querem impor a socialização da imprensa. Mas o editor Civita e a sua equipe não se deixaram intimidar! Espero que o filho siga a saga do avô e do pai para manter em alta a nossa VEJA! Os meus mais sinceros parabéns por mais este belíssimo Texto, extensivo ao jornalista Augusto pelo trecho que acompanhou o seu.. Um duo imbatível!! Um abração-Kitty Você, como sempre, muito generosa, cara Kitty. Agradeço comovido. Abração
Não transcrevemos íntegras de material publicado em outros veículos, prezada Iza. Este que você enviou continha delírios que só o estado mental do autor explica.
...Ficamos menores, mais desamparados. Ontem Rui Mesquita, hoje Roberto Civita. Nossa imprensa e liberdades democráticas é que estão de luto. Outros virão, é a nossa esperança.
Prezado Setti, Beleza de texto,Setti,escrito com o coração na ponta dos dedos.Vocês me emocionaram.Veja ficará,vocês ficarão.Ficarão os grandes valores da humanidade e o lema da Veja gravado no mármore defronte a sede da Abril.Prevalecerá a democracia e as liberdades pela qual tantos batalharam antes,muitos lutam conosco agora e outros defenderão amanhã. E essas escuridão e imbecilidade que nos rodeiam agora,não serão para sempre. Um grande abraço Obrigado por suas palavras generosíssimas, caro Moacir. Um grande abraço
D.Setti, Olha, me emocionei, tu e o A. Nunes continue duradouramente essa iluminação, o teu relato é um belo curso de vida. Aberto e de coração mostrado. Abs.
Texto emocionante, revela a figura humana e de jornalista que foi Roberto Civita. Uma grande perda para o Brasil.