Diz, ainda, que os gigantes têm molestado seguidamente outras tribos que vivem na zona, como os menkronontires, habitantes do local próximo ao posto Juscelino Kubitschek de Oliveira, do SPI, causando tambémm intranquilidade aos moradores das margens do Rio Iriri e seus afluentes, bem como aos índios pacificados kaiabis, apiacás e munducurus. Essa região, segundo o ofício, é a mesma onde foi trucidado o explorador britânico Richard Mason, quando surpreendido pelos krain-akores. A expedição pretende montar sua base de trabalho próximo ao local, no alto Rio Iriri.
Objetivos
Além do trabalho de aproximação e de pacificação com os krain-akores, o grupo chefiado por Francisco Meirelles terá por objetivo, também, evitar que os indígenas venham a interferrir nos trabalhos de construção da rodovia Xavantina-Cachimbo, a cargo da Fundação Brasil Central, estrada que atravessará o território dos índios.
Cerca de 22 milhões de cruzeiros, provenientes do próprio SPI, do Ministério da Agricultura, da Fundação Brasil Central e do governo do Pará serão empregados na constituição do grupo, para pagamento de diárias ao pessoal e aquisição de combustível, armas, munição, utensílios, ferramentas, redes, roupas, cobertores, mosquiteiros, drogas e medicamentos, motores de popa, presentes e utilidades destinados aos índios .
O nome
O nome krain-akore foi dado aos “gigantes do Xingu” pelos caiapós, indígenas pacificados, e, em seu idioma, prende-se ao fato de eles usarem os cabelos cortados em forma de tonsura, a exemplo dos integrantes de certas ordens religiosas, sendo que na parte raspada é aplicada uma resina conhecida como “amescla”, onde são grudadas penas brancas de urubu-rei. Os krain-akores, segundo informações de indígenas que tiveram contato com eles, têm elevada estatura (chega-se a falar de dois metros ou até mais), são dotados de excepcional robustez e guerreiros temíveis.