A favor da presidente Dilma, diga-se que, diferentemente de Lula, ela teve a dignidade de estabelecer relações cordiais com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem convidou para várias solenidades oficiais e a quem sempre tratou com fidalguia — além de ter publicamente reconhecido, mais de uma vez, feitos do governo do grão-tucano, sobretudo seu papel na estabilidade econômica.
Ele, de sua parte, mantém um perfil discreto em relação a um governo a que seu partido faz oposição. Em seu estilo, o ex-presidente de vez em quando dá uma alfinetada, mas se refere a Dilma com respeito e chegou a aplaudir medidas. Uma delas foi o esforço da presidente para aprovar no Congresso a regulamentação da previdência complementar para os servidores públicos que, ingressando no serviço público de 2013 para a frente, não terão mais aposentadorias com salário integral pagos pelos cofres públicos cabendo, aos que quiserem manter o poder aquisitivo, aderir a um dos planos de previdência complementar criados — um para os funcionários do Executivo, o outro para os dos Poderes Legislativo e Judiciário.
Nos últimos dias, porém, Dilma vem se deixando contaminar pelo clima de campanha eleitoral. Em sucessivas conversas que vem tendo com empresários, a presidente costuma se referir ao fato de que, em seus três anos e meio de gestão, a inflação — notoriamente sendo varrida para debaixo do tapete com medidas artificiais que explodirão mais adiante — vem se mantendo em média pouco superior a 6%, ao passo que chegou a 12% no último ano de FHC.
Sim, é verdade. Mas Dilma se esquece de algo que fez disparar os percentuais em 2002, ano eleitoral: o “efeito Lula”, ou seja, o temor generalizado dos mercados do que poderia representar um governo petista, uma vez que Lula passou a maior parte de sua carreira na oposição propondo desvarios como, por exemplo, o calote da dívida externa — algo que desmoralizaria o país por uma geração e pioraria enormemente a vida dos brasileiros.
O mercado, os investidores internacionais e boa parte do eleitorado só começaram a se acalmar no final de junho de 2002, quando o PT publicou sua Carta do Povo Brasileiro (muitas vezes, erradamente, lembrada como “Carta aos Brasileiros”, que é outro documento importante, de outra época), em que Lula deu sinais de que continuaria com os pilares da política econômica de FHC e não faria loucuras.
A essa altura, porém, as expectativas sobre o que faria Lula no Planalto já haviam catapultado a inflação.
Pelo menos 4 pontos nesses 12% podem ser atribuídos ao “efeito Lula”.
Dilma, naturalmente, lançando mão de memória seletiva, deixa de mencionar esse pequeno detalhe quando relembra o passado recente. Os índices das pesquisas de intenção de voto, afinal, andam apertados.
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Então podemos concluí que a inflação hoje é um efeito do Aécio "Never". E ele também é culpado por não chover há um ano em São Paulo... Claro que, ao escrever "concluí", você deve ter querido dizer "concluir", não?
Na verdade, sempre achei Dilma e FHC muito parecidos. Quando ela se candidatou à presidente, eu disse que ela na prática seria um Fernando Henrique "de saias". Não deu outra. Pois não vejo FHC como um representante da direita, muito pelo contrário: ele tem sim um quê de bolivariano.
Inflação segundo wikipédia: 1999 = 9,52% (Teto da meta de 10%) 2000 = 6,59% (Teto da meta de 8%) 2001 = 8,23% (Teto da meta de 6%) 2002 = 12,53% (Teto da meta de 5,5%) FHC pegou a inflação a 900% ao ano. Você acha pouco o que foi feito? E a de 2002 foi influenciada pelo menos em 4 pontos pelo "efeito Lula" -- o pavor dos mercados de que Lula mantivesse em mente as loucuras que ele prometeu fazer ao longo de sua carreira, como dar o calote na dívida externa. Lula acabou enfiando o rabo entre as pernas com a Carta ao Povo Brasileiro, em que ajoelhou no milho e prometeu dar seguimento às principais políticas de FHC -- sem o que seu governo teria sido um completo e absoluto desastre.
O dolar paralelo, na epoca, bateu os 4,50. Nao me estranha esse discurso da Dilma, o que ficaria surpreso seria o silencio. Politicos e nao so o PT, em ano eleitoral, de alguma forma tambem "esquecem" o que nao lhe convem.
Depois deste encontro o FHC foi tomar um banho com agua sanitária praga também pega
Nunca acreditei nas boas intenções de Dilma em relação a FHC. Por trás de suas firulas, havia segundas intenções, para posar bem nas fotos. Nunca perdeu oportunidade de alfinetá-lo. Parece que há uma espécie de ingenuidade desse pessoal do PSDB com relação ao aceitar se relacionar com petistas. Logo eles mostram as garras e o que realmente são. Aécio que se cuide com Eduardo Campos. Logo, logo eles mostram sua natureza.
A parte socialista que resta em FHC - não é simples expelir todo esse veneno, que nos obrigaram a ver, ouvir, ler, respirar, durante toda nossa vida. Por isso, a minha solidariedade, FHC! - ainda respeita comunista. Eles não valem o ar que respiram, FHC.
Setti, Isto é café pequeno.Para mim o que é surreal não é nem o fato dos petistas fingirem desconhecer que a possibilidade de Luizinácio se eleger em 2002,provocou um tsumani no mercado e duplicou a inflação.O que eu acho absurdo é terem escrito para o sujeito - analfabeto funcional ele não poderia fazer de próprio punho! - uma Carta aos Brasileiros na qual o Pinóquio jurava de pés juntos que , na economia,não mudaria uma linha do texto exitoso escrito antes dele ,pelo partido cujo canditado enfrentaria nas urnas. E BANÂNIA O ELEGEU!! Teremos pela frente mais ilusionismo.Por decisão do Santana os números,os resultados ,as conquistas dilmistas, a serem apresentados na campanha de reeleição da Rainha dos Pobres ,obedecerão a uma matemática criativa.Serão somados aos do Luizinácio e divididos por 12 anos.Simples assim.O "probrema" é que vão precisar de muita purpurina.Bota marketing nisso.A coisa está preta. Quem leu os jornais hoje tomou conhecimento que nos 3 anos do desgoverno da postA 37,9% dos lucros das 5 mais importantes estatais de Banânia,foram repassados ao Tesouro.Por lei tais repasses não podem exceder 25%.Estes truquezinhos contábeis,aportes de receitas atípicas, adiamento de gastos - como os precatórios ,por exemplo! - com certeza ajudam lá o Mantega a fechar suas contas de " padeiro",mas arrasam com a credibilidade do país. Também hoje os mais importantes jornais deztepaiz noticiaram que essa economia patinando num pibinho pouco varonil de 1,5%,acaba de fazer indústrias várias - conte fora dessa as montadoras que já haviam dado um freio de mão há uns 2 meses - a dar férias coletivas a seus empregados.Só a Eletrolux mandou descansar 4.600 dos seus 8.600 funcionários.Que outras indústrias estão fazendo o mesmo? A Whirpool - leia Consul e Brastemp - a LG, a Semp, a Toshiba, a Panasonic,a Samsung e a Sony. Da mesma forma praí uns 25 mil metalúrgicos vão poder assistir TODA a Copa em casa.Os estoques estão muuuuito altos.O comércio vai devagar quase parando.Há um pessimismo generalizado que vai do chão da fábrica até o consumidor. E o desemprego? Subiu para 7,1% no primeiro semestre.Bem que tentaram amordaçar o IBGE! E a inflação ? Vai estourar o teto da meta antes da eleição. Se ilude bem aposta que a população não tem uma noção beeem clara de que as coisas não estão indo nada bem,obrigado. Recomendo a leitura da pesquisa descrita no link abaixo. http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,satisfacao-de-brasileiros-pos-manifestacoes-de-2013-cai-igual-a-paises-da-primavera-arabe,1504705 O modelo petista de desgoverno está falido.Acabado.Sem discurso,a petezada sabe que pode perder a próxima eleição.Não é à toa que o concurso de agentes está tentando através do DECRETO LEI 8.243/ 2014 - assinado na moita e por baixo das saias da PresidentA - bolivarizar de vez o Brasil. Os cumpanheiros não vão largar fácil o osso.O desmame das tetas da União vai ser litigioso.Como é que fariam para sustentar as proletárias famílias? Caviar está custando os olhos da cara! Todo cuidado é pouco.Bandido não brinca em serviço. Acho bom a imprensa botar a boca no trombone com relação a esse último decreto-coelho retirado da cartola petista. http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/partidos-tentam-barrar-decreto-bolivariano-de-dilma Abraço
Assisti ontem a entrevista com o Senador Aécio Neves e achei excelente! Também vi a entrevista com Eduardo Campos semana passada no Roda Viva e achei o ex-governador de Pernambuco muito "travado", medindo as respostas. Campos parecia com medo de desagradar sua vice Marina com algumas respostas, e me espantou a quase reverência que ele tratava o ex-presidente Lula. Na entrevista de ontem, Aécio se mostrou mais solto, respondeu a todas as perguntas com bom humor e firmeza, não fugiu e nem enrolou nas questões polêmicas . Atacou o projeto petista sem poupar nomes, e sem agressividade. Mostrou os erros do governo petista, e apresentou soluções. Enfim, se mostrou um ótimo candidato, com potencial para vencer o PT em outubro! Ótimo programa grande Ricardo Setti, parabéns pela sua participação!!
Uma coisa é certa: não voto em Dilma nem com banda de música. Agora, precisamos analisar cuidadosamente o quadro político. Não podemos acreditar que o país dará a necessária guinada apenas elegendo um novo presidente. Ainda estou muito cético em relação ao Aécio e ao PSDB. Não me esqueço jamais das contradições inerentes ao governo FHC. Do fato, por exemplo, de que foi ele quem escancarou as portas da administração pública para o terceiro setor, aprovando a legislação de OSs, OSCIPs e, no geral, de convênios. Pure trash. Continuo a comentar mais tarde... Abraço, Setti. Welcome back.
E os estragos q estes 12 anos de DEFeito lulla nos causaram???? Será um esforço homérico para nos recuperarmos!