O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ), que chocou o país, foi o tema central dessa edição do programa “Estúdio Veja”. Participei a convite de Silvio Navarro e Augusto Nunes e, entre outros comentários, disse que a segurança pública nunca foi de fato prioridade dos governos.

Ativista de direitos humanos e crítica da atuação policial nas favelas da cidade, Marielle recebeu quatro tiros na cabeça dentro de seu carro. no centro do Rio de Janeiro, na noite de 14 de março de 2018. O motorista do carro, Anderson Pedro Gomes, também morreu depois de ser baleado, e uma das assessoras de Marielle ficou ferida por estilhaços, mas sobreviveu.

Debatemos, ainda, a efetividade da intervenção federal nas favelas e a corrupção na política e no setor de segurança pública do Rio de Janeiro.

Para relembrar, um resumo do caso Marielle:

A vereadora foi assassinada com o motorista do carro oficial na noite de 14 de março de 2018. Houve muito bater de cabeças nas intestigações, mas no ano seguinte, 2019, dois policiais da PM do Rio foram presos como autores materiais: Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que mataram a vereadora e Anderson e que estava no banco de trás do carro que interceptou o veículo de Marielle, e Elcio de Queiroz, que teria dirigido o carro usado no crime. Em 2023, ele firmou acordo de delação premiada e confirmou a participação no assassinato, implicando também Lessa como o atirador.

Como supostos mandantes, cinco anos depois, a 24 de março, de 2024, a Polícia Federal prendeu dois políticos de relevância: Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e seu irmão Francisco, o Chiquinho Brazão, deputado federal (União Brasil-RJ).

Segundo as investigações dos federais e do Ministério Público Federal com base na delação de Elcio de Queiroz, os irmãos Brazão teriam encomendado o crime com o apoio e a organização de Ronnie Lessa, já que Marielle combatia agressivamente interesses ligados à grilagem de terras em comunidades cariocas e a própria existência e ações da milícia, com o que vinha ganhando visibilidade política.

ATUALIZAÇÃO

Neste abril de 2025 os executores estão presos.

Em 31 de outubro de 2024, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro sentenciou Ronnie Lessa a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, enquanto Élcio de Queiroz recebeu uma pena de 59 anos, 8 meses e 10 dias. ​Os dois foram considerados culpados por homicídio duplamente qualificado, mais tentativa de homicídio contra uma assessora de Marielle, Fernanda Chaves, e ainda pela receptação do veículo utilizado no crime. Além das penas de prisão, foram condenados a pagar pensão ao filho de Anderson até que ele complete 24 anos, bem como indenizações por danos morais às famílias das vítimas.

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