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A polícia americana começa a usar aparelho portátil para reconhecimento da íris, método de identificação 5 vezes mais eficaz que as impressões digitais

Neste mês de agosto de 2011 a polícia de 47 dos 50 Estados americanos está começando a usar em seu dia-a-dia um aparelho portátil, o Moris, sigla em inglês para Sistema de Reconhecimento Móvel de Malfeitores.

Segundo publicou recentemente VEJA, em texto do repórter Filipe Vilicic, “conectado a um iPhone, o celular da Apple, o Moris é usado para registrar as características de um rosto e da íris, a parte colorida do olho. O material recolhido é enviado remotamente para ser comparado com imagens de criminosos existentes no banco de dados da polícia. O resultado, que pode ser a identificação positiva de um foragido ou de um terrorista, é obtido em segundos”.

Pois bem, a análise da íris é considerado o método mais preciso de biometria. E vejam só: colocada a 10 centímetros do rosto de uma pessoa, a câmera do Moris tira 30 fotos de cada olho e localiza nada menos do que 470 características nas duas íris. “Nem gêmeos idênticos compartilham tal quantidade”, diz a reportagem de VEJA.”A identificação pela íris é cinco vezes mais precisa do que o sistema por impressões digitais, o mais usado no mundo”.

Enquanto isso, num país mais ao sul…

Não conseguimos ainda, no Brasil, sequer unificar o cadastro de criminosos condenados em todo o país num único banco de dados.

O custo disso, se compartilhado pela União e pelos Estados, seria uma brincadeira – e propiciaria um avanço extraordinário no combate ao crime no Brasil.

Aos poucos, os Estados poderiam partir, com auxílio da União, para investimentos mais ambiciosos, como o de dotar não apenas as delegacias de polícia, mas também as viaturas das polícias civil e militar de terminais de computadores simplificados com acesso a esse banco de dados – algo que já ocorre em alguns Estados, como São Paulo.

Com o passar dos anos (de preferência, não muitos), deveria ficar sob algum guardião confiável um grande banco de dados com as impressões digitais de todos os brasileiros, inclusive da grande maioria que jamais infringiu a lei.

O acesso a digitais, por si só, resolveria um grande número de crimes que ficam eternamente sem solução.

Mas, não, amigos.

Dias atrás, fui renovar minha carteira de identidade, pois a que usava era muito antiga.

Vocês acham que algum mecanismo primário de scanner registrou minhas digitais?

Nada disso. Tive que sujar os dedos, um a um, na velha almofada de carimbo e, com ela, imprimir minhas digitais numa folha de papel que vai para um arquivo.

Isso, amigos, não se passou na Suazilândia ou em Tuvalu, mas em São Paulo, capital do Estado mais rico do Brasil, no 11º ano do século XXI!

Portanto, meus caros, apesar do brutal esforço feito por diversos Estados ao longo dos anos, a despeito do empenho de um grande número de bons policiais – mal equipados e mal remunerados na grande maioria –, mesmo com avanços tecnológicos e investimentos que, isoladamente, são feitos em diferentes frentes, naquilo que é básico estamos na Idade da Pedra do combate ao crime.

(Texto de Ricardo Setti, de São Paulo, publicado originalmente a 22 de agosto de 2011 no blog que mantive no site da revista VEJA entre 2010 e 2015)

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8 Comentários

Lol Mongol em 23 de agosto de 2011

Caro Setti, Li seu post ontem, e hoje recebi uma notícia via twitter também relacionado com isso: sobre as viaturas de SP com tablets. o link é: http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2011/08/23/pm-de-sp-comeca-a-usar-tablets-em-viaturas-na-capital/ Já é um começo. Uma excelente notícia, sem dúvida alguma. Essa modernidade convive com coisas dos anos 20, como a questão da renovação da minha própria carteira de identidade... Abraços

Marcello Castellani em 23 de agosto de 2011

Isto é o Brasil! País de tolos!!!

Corinthians em 22 de agosto de 2011

Combate ao crime ? No Brasil ? Onde ?

amanda em 22 de agosto de 2011

a ditadura mundial está próxima, cada vez mais controle da população.

Fabio em 22 de agosto de 2011

Boa tarde, Ricardo. Aqui em Curitiba, a segunda via do meu RG foi expedida 100% digitalmente, com foto, digitais e assinatura sendo registradas em banco de dados. O próprio DETRAN estadual consegue recuperar os dados. Em SP naturalmente também existe isso, caro Fabio, mas, como pude comprovar pessoalmente, não em todos os postos onde se expedem as carteiras de identidade. É algo que já deveria estar totalmente informatizado, no Brasil inteiro, há dez anos, não é mesmo?

Razumikhin em 22 de agosto de 2011

Precisa disso para prender os petralhas?

Paulo Toshiharu Watanabe em 22 de agosto de 2011

Numa "cultura popular" aonde o MALANDRO é O TAL! Aonde tornar-se POLÍTICO É ASCENSÃO SOCIAL para ficar MAIS RICO. Enfim, aonde o CRIME é o ATALHO, esperar providências para MELHORAR A POLÍCIA é pedir de mais. É uma das variantes que os ditadores adotaram e praticam, mantendo o povo IGNORANTE, para se preservar no poder.

Paulo Bento Bandarra em 22 de agosto de 2011

Aqui em Porto Alegre eu renovei com foto e digitais escaneadas.

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