
A morte de três especialistas em desativação de explosivos em Gottingen, no estado da Baixa Saxônia, na Alemanha — praticamente ignorada pela mídia brasileira –, trouxe à tona um problema que muito pouca gente conhece fora do país: a enorme quantidade de bombas da II Guerra Mundial (1939-1945) ainda ativas enterradas em solo alemão, estimada em 100 mil.
Os três especialistas, experientes homens com mais de 20 anos de trabalho nessa atividade arriscadíssima, morreram quando explodiu uma poderosa bomba de fabricação americana de 500 quilos de peso.
500 mil toneladas sobre Berlim — O grosso do problema entre as cidades se concentra na antiga capital do III Reich e hoje novamente a capital alemã, Berlim, sobre a qual os Aliados, principalmente a Força Aérea americana e a Royal Air Force britânica, lançaram algo como 500 mil toneladas de explosivos.
O governo alemão calcula que, desse total, entre 5% e 15% não explodiram, e os experts continuam desativando anualmente entre 1.500 e 2.000 de todo tipo de munição — bombas lançadas por bombardeiros, obuses, granadas e minas terrestres.

Só de bombas gigantes, como a que matou os três homens em Gottingen, podem existir ainda cerca de 3 mil apenas em Berlim. Normalmente “adormecidas” a uma profundidade segura, elas começaram a dar mais problemas depois da reunificação das duas Alemanhas, em 1989, que transformou a capital alemã num permanente — e por vezes perigoso — canteiro de obras, como é até hoje.
O Estado alemão de Renânia do Norte-Vestfália, no oeste do país, que faz fronteira com a Holanda e a Bélgica, é o que mais guarda em seu solo essa ameaça da II Guerra: mais de 5.000 artefatos explosivos (não só bombas aéreas, mas também granadas, minas, etc.) são detectados anualmente. Os que não podem ser neutralizados já ficam mapeados para ser “limpos” mais adiante.
A responsabilidade pela detecção e neutralização dessas bombas não cabe ao Exército alemão nem ao governo central. A Alemanha é um Estado federal de verdade, e muitas competências cabem aos seus 16 Estados. No caso da desativação dos explosivos, a atividade é dos serviços regionais de remoção de explosivos, em geral ligados à polícia ou a agências estaduais de proteção civil.
Antes de grandes obras ou escavações, principalmente em áreas de risco, é obrigatório por lei realizar análises geofísicas com radares e detectores de metais
8 Comentários
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Ia fazer um comentário, mas Luiz já fez por mim.
Nós temos a nossa própria bomba pra desativar. Uma bomba gorda, dentuça e esticada, remanescente da Guerra Fria. No dia 31, vamos desarmar essa bomba de vez. E que nunca mais tenhamos bombas do mesmo tipo no Brasil.
Cabuuuum!!!
Moro na Alemanha desde 2008, e já é normal escutar no rádio notícias sobre evacuação de moradores nesta ou aquela cidade devido ao descobrimento de mais uma destas bombas ainda ativas. O transtorno é grande para os evacuados, e para os que precisam enfrentar os engarrafamentos devido ao bloqueio de ruas, mas infelizmente isso é uma situação relativamente comum, e so alemães já estão acostumados com isso.
A morte de um profissional sempre e muito preocupante se perde uma vida e a experencia profissional. Que tanto faz falta ao país
Caro R. Setti: Não deixa de ser uma inquietude ! Abs.
A morte dos especialistas na explosao foi muito triste. Freqüentemente bombas sao desativadas por aqui. Felizmente com sucesso.