A informação foi fornecida hoje por Inezil Penna Marinho, advogado de Hipocatris. A prisão foi admitida pelo DFSP, embora se tivesse assegurado ser outro motivo. Também a esposa do delegado Assunção admitiu a prisão de seu marido.
O caso
Recentemente, Hipocratis Bassili Katapoulos e mais dois companheiros adquiriram de um garimpeiro um diamante de 450 quilates, dando em pagamento dois cheques sem fundo no valor de 2 milhões de cruzeiros cada contra a agência de Brasília do Banco de Crédito Real de Minas Gerais, fugindo em seguida para Atenas, a capital grega.
[O suposto enorme tamanho do diamante já fez com que o tema esteja sendo tratado como “o caso do Diamante 007”].
Ao retornar ao Brasil, Hipocratis foi detido pela Polinter, que passou o caso ao Serviço de Diligências Especiais do DFSP, de que é encarregado o delegado Assunção.
Como tivesse dúvidas sobre o paradeiro do grego, o advogado Inezil Penna Marinho pediu a constituição de uma comissão de inquérito no DFSP para apurar, inclusive, torturas [nota: o Estadão mandava usar a palavra “sevícias”, e não tortura, no original] que teriam sido praticadas contra Hipocratis.
A comissão, que iniciou hoje seus trabalhos, é presidida pelo sr. Valmores Vitorino Barbosa, do Serviço de Entorpecentes do DFSP. Entretanto, já ontem, às 18h30, era preso por ordem do general Riograndino Kruel, segundo informou o advogado Penna Marinho e confirmou a esposa do delegado [cujo nome não foi informado].
(Reportagem de Ricardo Setti, de Brasília, para o jornal O Estado de S. Paulo, publicada a 3 de junho de 1966 sob o título original “Preso delegado do DFSP”)