
Sem trocadilho, acabou sendo um tiro no pé o vazamento da informação sobre a forma sensacional pela qual forças militares colombianas obtiveram uma grande vitória ao localizar e matar Víctor Julio Suárez Rojas (nome verdadeiro) ou ‘Jorge Briceño Suárez’, o “Mono Jojoy”, tido como número 2 das chamadas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), grupo guerrilheiro/terrorista que aterroriza o país em conluio com o narcotráfico. Ele comandava o chamado Bloco Oriental, o maior e mais militarizado das Farc.
Jojoy era um ídolo entre os partidários dos terroristas e sobretudo entre as mulheres que integram as Farc que ele, embora superior na hierarquia “militar” do grupo, ele não hesitava em assediar. Além disso, tinha pretensões de ser uma espécie de Che Guevara colombiano. De uma maneira ou outra, era figura muito conhecida e importantíssima nas Farc, das quais era um símbolo.
Mono Jojoy, como se divulgou, foi localizado em uma região montanhosa de florestas, a Serranía de la Macarena, a 300 quilômetros ao sul de Bogotá graças a um mini-localizador GPS oculto dentro de uma bota especial para quem sofre de diabetes que ele havia encomendado, em mensagens cifradas, a apoiadores urbanos.
O os serviços de inteligência das Forças Armadas interceptaram o pedido e entraram em ação. O envio da bota seguiu todos os esquemas que os dirigentes das Farc haviam enviado para seus subordinados, e, portanto, estes não desconfiaram de nada. A operação montada a partir deste pequeno detalhe era gigantesca, sob supervisão do próprio presidente da República, Juan Manuel Santos, que fora ministro da Defesa do governo anterior ao seu.
Quando o pequeno GPS inserido na bota sem que Jojoy desconfiasse começou a emitir sinais desde Serranía de la Macarena, a Força Aérea colombiana, utilizando 72 aeronaves — sim, isto mesmo, 72 aviões militares — martelou a área com bombardeios. Após o bombaradeio, entraram em ação por terra mil soldados e integrantes da Polícia Nacional — inclusive três generais — além de 34 helicópteros conduzindo 800 homens, 400 deles das muito preparadas forças especiais. Foram os bombardeios que definiram a sorte de Jojoy, encontrado já morto pelas tropas de terra, junto a duas dezenas de guerrilheiros.
Seu corpo foi recolhido, fotografado para que a opinião pública não tivesse dúvidas sobre esta vitória do governo contra o terrorismo e só entregue à família dois meses depois, com a condição de que ele fosse sepultado em Bogotá, bem distante de sua terra natal, a pequena Cabrera, município de 5 mil habitantes, a 200 quilômetros de Bogotá. O governo queria evitar que seu túmulo se transformassse em local de peregrinação na região, no Estado de Cundinamarca.
Jojoy estava num bunker de concreto e, nas selvas a seu redor, havia centenas de guerrilheiros das Farc armados para protegê-lo contra ações em terra.
A despeito do sucesso militar do governo colombiano, o vazamento expôs uma forma de trabalho dos serviços de inteligência colombianos que acabará atrapalhando futuras ações semelhantes no combate aos terroristas.
O diabetes provoca, entre muitos outros efeitos deletérios ao organismo, uma má-circulação nos membros inferiores. Sapatos e botas especiais são usados para evitar infecções que, em casos extremos, podem evoluir para gangrena e requerer amputação.
Veja abaixo vídeo da Força Aérea Colombiana mostrando o ataque ao líder terrorista e seus homens.
1 comentário
Prezado Setti, Foi maravilhosa esta engenhosidade tecnológica, o mundo esta tão cheio de bandidos que a gente acaba rindo da desgraça alheia, Os americanos acabarão ensinando novas maneiras de elimina-los, mas foi muito bom, tem que continuar asim até acabar os amigos de Lulla e Zé Dirceu. abs.