Este filmete, destinado a “recuperar a imagem” do PT junto à opinião pública, canta as tradicionais loas a “feitos” dos governos lulopetistas e, a certa altura, chega ao desplante de dizer, no plural: “Colocamos mais gente importante na cadeia por corrupção do que nos outros governos”.

Mentira! Querem enganar os (ainda) incautos!

“Colocamos”, quem, caras-pálidas?

Governo não põe ninguém na cadeia. No caso federal, quem condena e manda prender é a Justiça, após inquérito da Polícia Federal, que tem autonomia, e a denúncia tendo partido do Ministério Público, que é independente.

O cúmulo do cinismo é deixar de lado a informação, que todo o país conhece, de que as principais “gentes importantes” que seguiram para o xilindró durante estes anos lulopetistas foram, justamente, os principais figurões do partido.

Começando por quem achava que iria suceder Lula, que pretendia ser presidente da República: José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil e “chefe da quadrilha” do mensalão, segundo o Supremo Tribunal Federal.

Com o perdão pela brincadeira, só nesse sentido o PT “coloca” gente na cadeia — povoando-a com seus quadros, após condenação judicial.

Não há outra palavra para designar isso do que descaramento, sobretudo para um partido que, à vista de todos, está sendo desnudado com a roubalheira ainda muito maior do petrolão.

O PT faz exatamente o mesmo que criticou no passado em políticos como Jânio Quadros e Fernando Collor.

Jânio ganhou por pequena margem as eleições de 1985 para prefeito de São Paulo de Fernando Henrique Cardoso mentindo desbragadamente na campanha, falando em combater a bandidagem e em “reforçar a segurança” — função que a Constituição atribuiu aos governos estaduais, nunca aos prefeitos.

Tanto FHC, do PSDB, como o candidato petista a prefeito, Eduardo Suplicy, não conseguiram desmascarar o ex-presidente.

Depois de eleito, para não passar recibo, Jânio criou uma certa Guarda Civil Metropolitana, minúscula em número de agentes, sem equipamento e sem poder de polícia, que se limitava a vigiar, precariamente, edifícios e logradouros públicos.

Só com o passar dos anos e a sucessão de outros prefeitos a GCM começou a exercer um papel de alguma relevância na segurança pública, sempre em cooperação com a Polícia Militar.

Collor foi ainda pior: sua campanha em 1989 baseou-se grandemente em críticas ao que dizia ser roubalheira e corrupção no governo Sarney — hoje seu grande companheiro na “base aliada” ao lulopetismo –, situação contra a qual prometia colocar ladrões e corruptos na cadeia — algo que está distante dos poderes do presidente da República, e, portanto, tão mentiroso quanto a atual propaganda lulopetista. Na época o PT reclamou, em vão.

Lembro-me bem — porque cobri durante bom período a campanha de Collor para o Jornal do Brasil — que o extenso programa de governo do candidato mal reservava uma página à questão da segurança pública. Em conversas com o candidato, ele simplesmente não tinha o que dizer a respeito do tema – muito menos sobre como, afinal de contas, colocaria “os corruptos na cadeia”. Lembro-me de ele ter respondido a  uma pergunta que fiz a respeito, num restaurante de São Paulo, dizendo vagamente coisas como “fortalecer a Polícia Federal”.

Por um triz, como sabemos, não foi ele parar atrás das grades.

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