O presidente Xi Jinping cumprimenta altos oficiais das Forças Armadas da China: nem os militares escapam das medidas duras (Foto: @(Foto: xinhuanet.com))

Como sempre, em se tratando da China, o puxão de orelhas começou com uma metáfora: “As coisas precisam apodrecer muito até crescerem os insetos”, advertiu a quadros importantes do Partido Comunista Chinês o presidente Xi Jinping [foto acima].

Ele estava prestes a tomar posse – o que ocorreu no dia 13 passado –, mas já era o chefão do PC chinês e o mando efetivo passara do então presidente Hu Jintao a suas mãos.

Xi falou sobre um câncer que corrói o gigante chinês: a corrupção, algo que ao longo dos anos os diferentes governantes, mesmo quando a combateram, pouco a expuseram — vem sendo um tabu do regime chinês não admitir esse tipo de problema.

Sua fala foi pouquíssimo divulgada fora da China, e achei interessante trazê-la aos leitores deste espaço.

O presidente, falando agora uma linguagem dura e clara, recordou que, ao longo dos séculos e milênios da existência do país, dinastias caíram “quando sua diligência e austeridade” transformaram-se em “vadiagem e roubo”.

A seguir, vieram providências: medidas de austeridade que não pouparam nem um ícone do comunismo chinês – o Exército Popular de Libertação, que mantém o nome que carregou durante os quase 20 anos que durou a Guerra Civil que levou Mao Tsé-tung e o Partido ao poder, em 1949.

Ao Exército e à cúpula do Partido Comunista e do governo estão vedados os banquetes de luxo, drinques antes ou durante as reuniões, tapetes vermelhos, custosos arranjos florais e apresentação de artistas em grandes eventos. Pede-se – o que, na China, significa uma ordem – que se restrinja o uso de sirenes nos carros oficiais.

Está cortada também a farta distribuição de presentes em eventos comemorativos, bem como limitadas as viagens ao estrangeiro e o tamanho das comitivas, que teoricamente não mais poderão hospedar-se em hotéis de luxo, como fez a delegação do Brasil que foi à posse do papa Francisco, em Roma.

Funcionários só poderão participar de seminários e outros eventos no exterior desde que aprovados pela Comissão Militar Central – espécie de co-governo da China, comandado também por Xi Jiping.

Xi, ele próprio, desde que foi alçado à cúpula do PC, em novembro do ano passado, vem procurando dar exemplo.

Em uma visita à gigantesca Shenzhen, 11 milhões de habitantes, na costa oriental, por exemplo, surpreendeu moradores ao caminhar pelas ruas acompanhado de poucos seguranças. Em seus deslocamentos pela cidade, sua comitiva não ordenou o bloqueio de ruas e avenidas nem estava acompanhada, como reza a tradição do país para os manda-chuvas, por dezenas de carros de polícia e batedores de motocicleta.

Numa visita recente a um quartel, sentou-se à mesa e comeu do mesmo “rancho” dos soldados.

Essas atitudes de combate à corrupção e aos gastos desnecessários, bem como de aproximação com os cidadãos comuns, já vinha sendo desenvolvida desde a presidência de Jiang Zemin (1993-2003) e seu sucessor e predecessor de Xi, Hu Jintao. Os resultados foram modestos, mas especialistas em acompanhar assuntos chineses julgam que, pelo passado de rigor de Xi ao longo de sua trajetória, as coisas deverão ser diferentes.

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2 Comentários

Frederico Oliveira em 02 de abril de 2013

E a Dilma? E seus ministros (ou puxa-sacos, ou papagaios de pirata, ou corruptos e corruptores mesmo (que é o nome que devemos dar-lhes)?

Luiz C. em 01 de abril de 2013

Isto precisa ser feito na China, que é um País pobre; nosso riquíssimo Brasil pode se dar ao luxo de hospedar nossos políticos em hotéis de luxo, especialmente na posse de "franciscanos" como papas!!!

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