Image
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e o debate para uma educação melhor: para o ex-reitor da Universidade de Brasília, é inteiramente viável termos uma escola pública de qualidade (Foto: Ana Araujo)

Em resposta a post que publiquei a 5 de novembro de 2010 — há mais de três anos, portanto — e que, por alguma razão que não consegui descobrir, explodiu de audiência nas últimas semanas, o senador Cristovam Buarque (PDT-RJ) me escreveu a carta abaixo, gentil e civilizada como é de seu feitio, defendendo um projeto que apresentou no Senado obrigando os filhos de parlamentares a frequentar a escola pública.

Embora reconhecendo a grande autoridade do senador, ex-reitor da Universidade de Brasília, no tema educação, critiquei o projeto no post por obrigar terceiros (filhos) a fazer algo (estudar em escola pública) em razão da condição de outrem (pai ou mãe), por considerá-lo inconstitucional.

Cristovam diz, a certa altura de seu texto, saber que “cartas longas não são escritas para ser lidas”. Agora me dirijo a ele: quero que saiba, senador, que, sim, li e reli sua carta substanciosa. Mesmo assim, ainda tenho dúvidas sobre a constitucionalidade do projeto. No mais, CONCORDO COM TUDO O QUE ESCREVEU SOBRE A EDUCAÇÃO BRASILEIRA — e o que poderia ser feito, mas não é.

Saiba, caro senador, que de uma ou outra forma estamos no mesmo barco.

Agora, a carta:

Image
(CLIQUE NA IMAGEM PARA VÊ-LA EM TAMANHO MAIOR)

Meu caro Ricardo Setti:

Qualquer parlamentar gostaria de colocar seus filhos no Colégio Pedro II, ou em algum dos Institutos de Aplicação, ou no Colégio Militar, ou ainda em uma das Escolas Técnicas. São escolas públicas federais.

Também gostariam de matriculá-los em uma de cinco escolas municipais que há em Palmas (TO), onde os ricos acionam a Justiça para obterem vagas para os filhos.

Se todos gostariam de ter os filhos em uma dessas escolas, por que não fazer todas iguais a elas? Quando isso acontecer, as escolas públicas serão procuradas naturalmente, como hoje acontece com 425 escolas federais e outras públicas estaduais ou municipais de qualidade.

A implantação em todo o Brasil dessas escolas seguiriam um ritmo, na medida em que boas condições de trabalho fossem atraindo os jovens mais brilhantes para uma Carreira Nacional do Magistério.

Essa implantação esbarraria na falta de recursos humanos: estimo que precisaremos de 20 anos de uma compensadora carreira nacional para atrair os mais brilhantes de nossos jovens à carreira do magistério.

Pelos padrões internacionais de ensino de excelência, o custo do aluno/ano seria de aproximadamente R$ 9.500,00. Ao final dos 20 anos de implementação, o custo total equivaleria a apenas 6,4% do PIB, menos que os 10% previstos no Plano Nacional de Educação – PNE II (supondo, conservadoramente, que o PIB cresça a módica taxa de 2% ao ano nesse período).

Esses dados mostram a viabilidade da ideia. Se desejar fazer uma análise mais acurada das hipóteses e dados, poderei enviar farto material para consulta.

É difícil entender por que no lugar de agirem politicamente para que a escola gratuita tenha qualidade, as classes médias e altas preferem gastar R$ 60 bilhões/ano (1,3% do PIB), com a educação dos filhos em escolas particulares.

Desconsideram o fato de que isso é um “imposto invisível” em um país onda já pagam 35% de carga fiscal visível. Dizem que matricular filhos na escola pública é um sacrifício, no lugar de pensar como fazê-las de qualidade.

Por que nos lembramos do direito à liberdade do responsável pela educação pública para usar a rede privada, sem pensarmos no direito humano de cada brasileiro ser matriculado em boas escolas?

E dizem que obrigar parlamentares a usarem as atuais escolas fere a liberdade individual, esquecendo que ninguém é obrigado a ser parlamentar. Se escolheu essa função, tem de cumprir obrigações como qualquer trabalhador é obrigado.

Se aprovado, meu projeto só entraria em vigor sete anos depois de sancionado: a obrigação só valeria para os que fossem eleitos depois da lei estar aprovada.

Caro Setti, imagine você acordar um dia e dizer aos donos da VEJA que, em nome dos direitos humanos e de sua liberdade individual assegurada na Constituição, você não aceita a obrigação de escrever artigos! Quando você foi contratado, conhecia as obrigações.

Como você se lembra, o projeto de lei tem o papel de provocar o debate sobre o fato de o agente público usar o salário que recebe do público para fugir do serviço ao público. Mas não é apenas provocação, é uma proposta, certamente precoce, mas que se fará em algum momento do futuro de nossa história, como algo normal.

Muitos países, alguns mais pobres que o Brasil, já fizeram isso.

No início de sua revolução educacional, há quarenta anos, a Coreia do Sul tinha população deseducada e renda per capita equivalente à metade da brasileira; hoje, graças à qualidade em todas as suas escolas, tem renda per capita duas vezes maior que a brasileira e uma infraestrutura científica e tecnológica equivalente à dos países mais desenvolvidos, abastecendo o Brasil de sofisticados produtos com alta tecnologia que nós não temos condições de criar; porque ao relegar a educação de nossas crianças, optamos por ser um país que se contenta com o “Made in Brazil”, no lugar de “Created in Brazil”.

Image
(CLIQUE NA IMAGEM PARA VÊ-LA EM TAMANHO MAIOR)

Sei que cartas longas não são escritas para serem lidas, mas esta precisou ser longa para convencê-lo da ideia: é preciso e é possível que também no Brasil o filho do eleito estude na escola de seu eleitor, que o filho do trabalhador estude em escola como a de seu patrão, que a criança pobre tenha escola igual à criança rica.

E, tendo a mesma chance na infância, cada uma construa seu futuro usando seu talento, vocação e persistência.

Antes de concluir, não posso deixar de agradecer pelas palavras elogiosas a mim na abertura da sua nota publicada no seu Blog, em 5 de novembro de 2010. Deve ser lembrança de quando o conheci há duas décadas, ou mais.

Sendo o que se apresenta no momento, reiteramos protestos de respeito e elevada consideração.

Um grande abraço

CRISTOVAM BUARQUE

DEIXE UM COMENTÁRIO

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Nenhum comentário

diogo em 01 de abril de 2014

É só cortar os salários dos parlamentares para níveis dos suecos que eles automaticamente colocam seus filhos em escolas públicas. Esta obrigação de ter que colocar filhos de parlamentares em escola pública,não me parece saudável.

BRUNO SOUSA em 31 de março de 2014

Deveriam todos os parlamentares também andar somente utilizando o transporte publico, também somente utilizarem o sistema único de saúde e outros relacionados.

José Brasileiro Sem Esperança em 31 de março de 2014

Em complemento à proposta do Senador, que teve meu voto quando candidato à Presidência, sugeriria que se obrigassem os políticos a se tratarem no SUS, viajarem em classe econômica, pagarem suas despesas pessoais com cartão pessoal etc. etc. Quem legisla em causa própria deveria respeitar seus compromissos com o bem estar do País, acima de qualquer coisa.

Manoel em 31 de março de 2014

Há maneiras de obrigar os próprios parlamentares a utilizar os péssimos serviços públicos que nos são oferecidos sem obrigar a terceiros (filhos) a fazê-lo como no caso da educação. É plausível que na área da saúde eles possam ser obrigados a se tratar no SUS por exemplo, sendo proibidos de utilizarem a rede particular de saúde para se tratar. Ou em relação aos transportes, terem que utilizar transporte público quando estão em cidades para que tenham uma noção real de como anda o termômetro para o cidadão comum.

Heitor em 31 de março de 2014

Concordo com todos os comentários no que dizem respeito ao senador, mas quero ressaltar que não vejo problema moral em obrigar parlamentar a matricular os filhos na rede pública, pois fui obrigado, por amor amor a meus filhos a matriculá-los em escola particular e por isso sou obrigado e eles também pelos parlamentares, que destroem continuamente a escola pública, a andar de ônibus.

ana perwin fraiman em 27 de março de 2014

Apoio perfeitamente. Até porque eu mesma prestei concurso para uma vaga em escola pública, décadas atrás, pela excelência do ensino. Porque não resgatarmos isso???

Roger em 27 de março de 2014

Apesar de gostar da ideia, o caminho de obrigações não deve ser seguido, daqui a pouco irão começar um monte de coisas que seremos obrigados a fazer.

Deyson Thomé em 26 de março de 2014

Apoiado !!!

Ronaldo Barra em 26 de março de 2014

Não entendo como um home público desta envergadura foi demitido por telefone pelo ex-presidente Lula(analfabeto funcional) e mesmo assim continue na base do governo petista. São coisas da política que nos deixam cético quanto a seu posicionamento. Quando ao projeto de escolas públicas para os filhos de políticos seria uma utopia, pois que a educação privada é uma forma de exploração de muitos políticos donos de colégios e faculdade pagas.

Cidadão Quem em 25 de março de 2014

Se não votou hoje mesmo, o Senado Federal está em vias de votar mais uma emenda constitucional. No caso, a emenda visa criar, em benefício dos procuradores do Ministério Público e dos juízes, e apenas em benefício deles, adicional por tempo de serviço. O adicional, e esta é o motivo da emenda ter sido proposta à Constituição, será pago FORA DO TETO CONSTITUCIONAL DE REMUNERAÇÃO. Para tanto, os nobres procuradores, os juízes e os senadores acertaram uma fórmula que, em minha opinião, é matreiramente injurídica. O adicional por tempo de serviço tem, na emenda, um outro nome - INDENIZAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. Mudando-se o nome para "indenização", a vigarice fica menos feia e evidente. Ao final das contas, o resultado é o mesmo de sempre: o teto de remuneração vale para a esmagadora maioria, para os cidadãos submetidos aos rigores da legislação. O outro grupo, a começar pelos advogados empoleirados nos cargos de procurador e juiz, pode furar o teto, mesmo que, para tanto, seja preciso aprovar emenda constitucional. Gostaria de saber se o senador Cristovam Buarque já se posicionou a respeito do assunto e, se houver, qual é sua opinião a respeito de mais essa safadeza institucionalizada. Num Estado em que a troca de favores vai a níveis tão baixos, vocês realmente acreditam na imparcialidade, na honestidade, na retidão e na firmeza de propósito de nossos procuradores e juízes? Vocês acham que pessoas dispostas a tudo e a qualquer coisa têm, de fato, o discernimento e o caráter necessário para não advogar em causa própria? De minha parte, estou farto dos cristovams da vida. Farto dessas carinhas de homem bom. Cansado das besteiras e das ideias estapafúrdias dessa gente antiga, mal acostumada, colonizada e aproveitadora. Todas essas propostas panacas têm um único e exclusivo objetivo: tirar proveito da miséria e do desespero desse povo que vive sem a menor dignidade. Peço a Cristovam, bem como a outros como ele, que pare de oferecer o céu às pessoas. Que pare de insultar a inteligência e o sofrimento alheios com ideias que, já se sabe, jamais sairão do papel, por inexequíveis. Vai trabalhar, Cristovam.

Fernando Maciel Rodrigues em 25 de março de 2014

Caro Ricardo: Permita-me o comentário que segue. Muito interessante, lúcido, correto, viável e oportuno, o projeto do Senador Buarque, professor também, por uma razão muito clara: já existe uma infraestrutura inicial implantada e ativa. Até aí tudo bem. Só não concordo, e não entendo, com a obrigatoriedade lançada aos filhos dos parlamentares, ainda que a serem eleitos daqui a sete anos, ou mais, mesmo obedecendo aos princípios estabelecidos na mesma lei. Ora, Senador Buarque, para ser muito breve, como professor, Vossa Excelência sabe que o ensino público se efetiva a partir da escola pública. O ensino trabalha o e com o conhecimento. A escola deve ser organizada com finalidade de desenvolver a educação escolar (Lei 9394/96). Professores e técnicos devem ter graduação superior para laborar a educação escolar. Naturalmente espera-se que, com pedagogos preparados para essa finalidade, essa educação escolar seja ministrada com os padrões mínimos legais, e ou mais além. No entanto, não é o que vemos. Por que, Senador? Os recursos financeiros, vilão na má educação, e recursos técnicos e humanos existem, são mal distribuídos e malversados, por motivos que não nos cabe a discussão aqui. Segunda interrogação: por que há escolas públicas com excelente desempenho? Aqui eu quero enquadrar minha sugestão, Senador: o cerne do caso é gestão. A gestão escolar deve partir de cada escola e não de gabinetes refrigerados, assentados em territórios muito distantes da execução. Isso não pode ter eficiência e nem eficácia na proposta pedagógica (virado projeto político pedagógico) de cada escola. Nos últimos dias, foram veiculados históricos de escolas públicas bem sucedidas, nas quais se destacam suas soluções para seus problemas, nascidas na mesma escola. Não vieram de programas gerais, nacionais, eivados de doutrinação. Muito menos de pactos fortuitos. No exemplo de educação escolar citado por Vossa Excelência, da Coreia do Sul, o que fez a diferença, é que lá, um líder envolvido, empenhado, crédulo, decidido, responsável, e, acima de tudo, comprometido com o desenvolvimento do seu povo, da sua sociedade, do bem coletivo. No Brasil, de Jaques Lambert a Joaquim Barbosa, permanece dividido em dois, onde a amizade é maior que qualquer valor educativo (?????). Fernando Maciel Rodrigues Especialista em Educação Reg. MEC-DF 20798 CPF - 03620182272

Amauri Angelino em 25 de março de 2014

Analisando a ideia, e não seu autor, me causa espanto ver tantos comentários taxando a proposta de "autoritária" com o intuito de desmoralizar a figura de Buarque. Penso que as soluções são mais importantes que seus idealizadores, portanto, e apesar de muitas vezes ir de encontro às falas do senador, hoje elas vieram ao encontro de minha opinião, que se estende não somente à educação pública para seus filhos, mas à saúde pública para seus familiares, moradia funcional MODESTA e transporte público para eles próprios. Nada há de autoritário nisso, uma vez que os parlamentares o são por opção e vocação. Eles escolhem sê-los e se colocam à disposição em pleito por vontade própria. Ninguém os obriga a isso. Nada mais justo que , enquanto funcionários públicos, os digníssimos se sujeitem, como qualquer funcionário de qualquer empresa, pública ou não, a regras e condições extensíveis a seus familiares e dependentes. Repito, nada vejo de autoritário nisso pois há a opção da escolha por parte do interessado. Nossa sociedade é formada basicamente por cidadãos comuns que, se não vivem na extrema pobreza, têm poucos recursos e não podem pagar por escola ou médicos minimamente decentes. Isso não é opção. O parlamentar que quiser seus filhos, esposa, mãe, sendo atendidos com qualidade em serviços essenciais tem estas duas opções: ou promova serviços públicos decentes ou abra mão disso e não se candidate a nada, seja livre para colocá-los onde bem entender. Quem não tem competência, não se estabelece. Nossa política tem tanta gente inepta justamente pelas regalias a que tem direito. Deem-lhes somente obrigações e nossa política começa a tomar jeito.

Edilson Coqueiro em 25 de março de 2014

A proposta é claramente inconstitucional e um tantinho populista. Mas suas críticas são legítimas. Agora, se fosse pra obrigar alguém a colocar os filhos em escola pública, que fosse então os de secretários estaduais e municipais de educação. De ministro de Estado, de Governadores, Prefeitos e Presidentes. Será que as escolas iriam melhorar de fato, ou, fazendo uma analogia sobre a situação da Papuda, só para alguns alunos?

Miro em 25 de março de 2014

O Senador Cristovam Buarque tem todo o meu apreço e consideração. Parabéns pelas belas palavras sobre o a Escola Pública. Tomara que num futuro bem próximo se tornem uma realidade.

Cidadão Quem em 25 de março de 2014

Eu não me aguento. Quanto mais eu leio, mais indignado fico. Um outro dado para o Dr. Cristovam: um dos motivos de nossa decadência educacional reside no fato de que não temos sistema de mérito no país. Pelos exemplos e as leis que se colhem aos fardos, todos os dias, ninguém se sente estimulado a melhorar, a ir além, a dedicar-se. Graças a Deus, tive a oportunidade de estudar fora do Brasil. Pois bem: essa foi a única oportunidade em que meu mérito acadêmico foi reconhecido formalmente. Fui premiado, laureado, coisa que nunca aconteceu aqui, no Brasil. Sinceramente, enquanto escreve estas linhas, fito, logo ao lado, na tela do computador, a filha do Ministro Marco Aurélio. Posso estar errado, mas ela se afigura a síntese de tudo que sinto em relação aos "ismos" pejorativos que grassam neste país. Inclusive o lulismo.

Cidadão Quem em 25 de março de 2014

E, por fim: carta civilizada, hein? Querendo ferrar com o futuro dos filhos de políticos... Foi assim que passaram, goela abaixo dessa nossa população ignorante, toda aquela história, para boi dormir, de quotas, políticas afirmativas, bolsas isso e aquilo... É jóia essa nossa esquerda. Generosa. Mas desde que com o chapéu alheio. Repito: tome ônibus para trabalhar todos os dias, e, depois, conversamos. E beba água da bica.

Cidadão Quem em 25 de março de 2014

E uma outra coisa: até hoje me pergunto se Cristovam é mestre ou doutor em Economia. Há tempos atrás, houve arrastada discussão sobre o assunto. Chegaram a afirmar que ele não teria obtido o doutoramento, embora alardeasse, em seu currículo, o título. E aí? Mestre ou doutor? Para mim, uma coisa não difere muito da outra. Pergunto ao Dr. Cristovam se essa diferença foi, um dia, relevante para ele?

Cidadão Quem em 25 de março de 2014

Já disso e repito: peço ao Cristovam que dedique seu tempo a causas mais terrenas, embora igualmente importantes. Que advogue no sentido de os agentes políticos viverem de seus próprios subsídios, abrindo mão de qualquer outra regalia ou privilégio, a exemplo da gigantesca verba "indenizatória" que os parlamentares recebem para custear o que, ao final das contas, são apenas despesas pessoais. E mais: que perca, o Senador Cristovam, como bom esquerdista que é, a mania de fazer reforma agrária no terreno alheio. Embora eu considere a classe política, em regra, deplorável, quero muito bem a seus filhos legítimos, naturais ou adotados, e não acho justo que esses filhos paguem pelos erros de seus pais. Pergunto ao Senador Cristovam se ele não estaria disposto, para os mesmos fins colimados em sua proposta, a andar de ônibus, a frequentar bandejão, a usar hospital público, a perceber salário mínimo, a morar em favela, a beber água da bica, a viajar de busum, e assim por diante... Acho Cristovam a essência da demagogia, da retórica vazia, da bobajada ética politicamente correta. Fui aluno da Unb com o reitor Azevedo e, depois, com o Cristovam. Mil vezes Azevedo. Outra coisa: não considero Cristovam um erudito ou acadêmico de expressão. Não, senhor. Tudo, nele, é mera aparência. Ele apenas procura forjar, com jogos de palavras, a imagem de alguém além de seu tempo. Ua, ua!

Fora PT em 25 de março de 2014

Comparação ridícula com a relação trabalhista entre o blogueiro e a VEJA. Sem pé nem cabeça. O Estado não poderia exigir nem mesmo que o próprio agente público consumisse os serviços públicos, é o ranço esquerdista de solapar o direito do indivíduo em nome da "justiça social", existem n razões para a pessoa ter suas preferências, ora.

Fora PT em 25 de março de 2014

devo imaginar que o ilustre senador recorrerá ao SUS em caso de grave enfermidade, ainda que o cargo lhe garanta cobertura total nos melhores hospitais particulares...

Policarpo Trintim em 25 de março de 2014

Meu pensamento sobre o Senador Cristovam Buarque continua o mesmo...o nobre Senador tem moments de sabedoria, inteligência e clareza, mas...tem hora que ele dá uma viajada e derrapa na curva.

nena em 25 de março de 2014

Setti, num dos seus posts, anos atrás, falando da lisura do senador eu fiz uma indagação: Por que o senador não me convencia? e você me respondeu que não sabia o porquê da desconfiança, pois ele lhe parecia uma pessoa honesta. Ainda continuo com a mesma sensação do oportunismo do sr. Buarque. Sendo ele um educador, porque na sua longa carreira no Senado nunca fez nada expressivo em favor da Educação no Brasil? Essa idéia de obrigar políticos a matricularem seus filhos na escola pública reflete bem o caráter demagógico. A sua carta de explicações não sustenta a sua(dele) proposta. Se cada um procurasse uma boa escola pública para os filhos, por que então não focar na melhoria da escola? Qual foi a contribuição dele para transmutar esse quadro de descaso? Mudar a escola, sim! E o que isso tem a ver com a escola dos filhos dos parlamentares? O que não tem consistência não se sustenta. Ele já governou o DF, ainda contaminado com a sua gestão na UNB e a coloração petista, mudou alguns procedimentos que em nada alteraram a qualidade da educação. Bom em teoria, mas na prática um administrador sofrível.

Marcos em 25 de março de 2014

Ele esqueceu de comentar que as escolas de excelência (escolas militares e colégios de aplicação)se baseiam na disciplina, no mérito e na valorização dos conteúdos que embasam uma formação sólida. Na escolas públicas normais estes pilares foram demolidos em nome de uma falsa inclusão. O resultado são as escolas públicas de baixíssima qualidade que apenas doutrina e "formam cidadãos".

ZE PEDRO em 25 de março de 2014

Intenção sem ação, é ilusão. O senador, fala muito bem, escreve muito bem, mas, suas ações são como os quadros em paredes. imóveis.

Tavares em 25 de março de 2014

Por que nao obrigar os deputados a usarem transporte publico e hospital publico? So assim quem sabe esses servicos melhorariam, sem contar na economia gigantesca que o governo teria.

Eduardo em 25 de março de 2014

"Qualquer parlamentar gostaria de colocar seus filhos no Colégio Pedro II, ou em algum dos Institutos de Aplicação, ou no Colégio Militar, ou ainda em uma das Escolas Técnicas. São escolas públicas federais." 1. Li a carta-resposta de ponta a ponta. É uma construção simples, pungente, mas falaciosa. Casa duas coisas com aparência de boa. QUALQUER PARLAMENTAR é uma delas. Não há 'qualquer'. O que há são 300 picaretas, para repetir a expressão de Lula. A história do legislativo, pelo menos de 1988 para cá não permite essa licenciosidade, a meu juízo. COLÉGIO PEDRO II e outros do gênero, excelências educacionais, não representam a educação no Brasil. E não adianta sonhar alto porque não teremos a guinada que a Coreia do Sul fez. Assim, a construção do Senador é falsa. "Se todos gostaria de ter os filhos em uma dessas escolas, por que não fazer todas iguais a elas? Quando isso acontecer, as escolas públicas serão procuradas naturalmente, como hoje acontece com 425 escolas federais e outras públicas estaduais ou municipais de qualidade." 2. Esse curto parágrafo nasce morto, primeiro, pelo SE: não se transforma sonhos megalomaníacos em pesadelos na vida real. O ilustre Senador é um notório Senador, mas isso não faz de seus sonhos e projetos realidade coisa alguma. Acredito que o Senador ainda tem um ranço esquerdista em seu pensamento. E é daí que sai seu sistema de pensar a educação. "Pelos padrões internacionais de ensino de excelência, o custo do aluno/ano seria de aproximadamente R$ 9.500,00. Ao final dos 20 anos de implementação, o custo total equivaleria a apenas 6,4% do PIB, menos que os 10% previstos no Plano Nacional de Educação – PNE II (supondo, conservadoramente, que o PIB cresça a módica taxa de 2% ao ano nesse período)." Infelizmente o Senador comete o erro brutal de impor. Se me oferecerem o Céu e a Terra, eu até pensaria na proposta, se me imporem o Céu ou a Terra, por mais lindo que o primeiro fosse, ou mais construtivo que me parecesse a segunda, ainda assim seri uma imposição. A troca de uma educação de ponta, que não passa de sonho megalomaníaco, o Senador me tira a liberdade. Essa é a 'educação' que seu projeto oferece, mesmo dourando a pílula. O Senador travestiu-se de educador, quando na verdade revelou toda a sanha típica de um parlamentar nobre e honrado, mas que não se superior de seu esquerdismo. 3. Isso não é viabilidade. Se eu imaginar que um salário de 20 mil reais onde eu reduza a número certas despesas, enquadre os filhos, estabeleço limites de compras, liquide antigo empréstimo, etc., para comprar um carro de 200 mil reais, isso prova apenas a viabilidade de uma ideia, não a viabilidade na consecução de um projeto. As vezes eu penso que o Senador escreve essas ideias mirabolantes diante de uma paisagem de fundo de quintal cercada de fruteiras, com água límpida e cristalina correndo em uma cascata ao redor de uma bela churrasqueira e não dentro de um desses escritórios do MEC com os dados horripilantes da real situação do ensino na República. O Gustavo Ioschpe que o diga.

Bottanelles em 25 de março de 2014

Caro Setti, . Esse senhor cordial e com fala mansa pretende OBRIGAR TERCEIROS por atos de seus pais, como você bem destacou. . Por que não OBRIGAR também outras categorias? Por exemplo: . OBRIGAR filhos de PROFESSORES a estudar em escola pública, pois certamente melhoraria a qualidade do ensino. OBRIGAR filhos de MÉDICOS a se tratarem em hospitais públicos para melhorar os serviços de saúde . OBRIGAR filhos de JORNALISTAS a estudarem e se tratarem em escolas e hospitais públicos, pois certamente seus dedicados pais denunciariam as mazelas, contribuindo muito para sua melhoria. . Por detrás da mansidão há um AUTORITÁRIO. Talvez nem mesmo ele se dê conta. Talvez até seja bem intencionado. MAS NÃO DEIXA DE SER AUTORITÁRIO. . E pior. DECISÕES RUINS LEVAM A RESULTADOS PIORES.

Martha em 25 de março de 2014

Cristovam é bom de teoria, mas ruim de prática. Se ele acha que tem um bom projeto deve lutar para colocá-lo em prática . Não adianta dar idéias para que outros a realizem. Os passos de convencimento de seus colegas congressistas deve partir dele. Se não, são palavras ao vento. Ele está sempre mostrando o que é certo, mas na hora de agir, ele segue o rumo que seus colegas cooptados seguem.

rodrigo santos em 24 de março de 2014

Votei nele varias vezes no primeiro turno...

gabriel em 24 de março de 2014

por que não se candidata a governador do DF? e poe em pratica em Brasilia? falta o q? se e tão bom, seu povo te elege......piada

gabriel em 24 de março de 2014

quero saber o que ele acha do STF atual e do mensalão ou da compra da refinaria nos USA e no Japão? sempre desviando o foco com esses projetos infinitamente impossíveis, pior que o mala do Suplicy!

gabriel em 24 de março de 2014

Demagogo sem vergonha, ajudou a botar essa corja comunista no poder, sempre apresentando projetos utópicos que nunca saem do papel. me engana que eu gosto, é da base do governo, não presta!

Luis R N Ferreira em 24 de março de 2014

O senador tem razão quase fala da deterioração do ensino público no Brasil. Eu me lembro da escola em que fiz o ginasial e parte do colegial em SP, o Colégio de Aplicação, que era do Estado e ligado à FFCL da USP. A linha de ensino era totalmente revolucionária para os padrões de então e as aulas eram ministradas por docentes ligados àquele departamento da USP. Meus colegas de classe eram, em boa parte, filhos de mestres e doutores da USP que disputavam as vagas com crianças de todas as classes sociais que se submetiam a uma espécie de vestibular. A coisa durou até o AI-5, quando a linha dura acabou com a experiência na marra, prendendo professores, a diretoria e sepultando a iniciativa inovadora do saudoso Colégio de Aplicação. Hoje eu vejo em pesquisas comparativas que a própria USP está caindo pelas tabelas, o que se dirá das escolas estaduais. Se sair de SP então, vira tragédia.

Ismael em 24 de março de 2014

Acho que qualquer proposta que aumente o papel e a dependência social do Estado como provedor e não como regulador vai, hoje, na contramão de tudo o que precisa ser feito para fazer o Brasil avançar, mesmo que seja na educação. Acho melhor ir diretamente ao alvo, isto é, oferecer aos professores e aos alunos estímulos por competência e abandonar essa política de cotas e aprovação continuada.

Marcos F em 24 de março de 2014

Logo inventarão uma categoria que "não é filho". Esperar o quê?

Payxão em 24 de março de 2014

Ao invés de obrigar o parlamentar a por os filhos em escola pública, por quê não obrigá-los a adotar uma escola pública e torná-la uma escola de qualidade. A começar pelo espaço físico. Acrescentando a lista de Sylvio Haas, e tratamento médico nos hopistais público.

Regina em 24 de março de 2014

Não tenho opinião formada sobre o tema, porém uma frase do senador me encantou por ter vindo dele: "E, tendo a mesma chance na infância, cada uma construa seu futuro usando seu talento, vocação e persistência." Acho que isso é tudo o que precisamos no Brasil. Saúde e educação para todos. No mais, cada qual será capaz de conquistar seu próprio futuro.

Sylvio Haas em 24 de março de 2014

Sou favorável a que filhos de parlamentares estudem em escolas públicas, e também que todos da família usem transporte público, se tratem no sistema público de saúde, sejam proibidos de andar com seguranças particulares. Em resumo, sou fanaticamente a favor de implementar no Brasil o que ocorre na Suécia: tratar parlamentares da mesma forma com que cidadãos comuns são tratados, afinal, é isso que eles são, nada mais. A importância que pensam ter é própria dos medíocres, dos presunçosos, dos subdesenvolvidos, enfim. A Banânia venera Blefuscu.

RONALDE em 24 de março de 2014

O velhinho está gagá. Cota parlamentar obrigatória para escola pública? Não há nenhuma objetividade em um projeto como esse. Obrigatoriedade é fascismo.

Meia Verdade em 24 de março de 2014

Senador sua iniciativa é boa, porém o senhor não acha que deveríamos começar pela ética, pela decência no trato das coisas públicas, que um cargo político assim o exige?. Acho que temos tantas outras coisas mais importante a frente dessa sua iniciativa. Não quero ser "maldoso" com minha pergunta, mas o senhor tem algum filho em idade escolar?

VER + COMENTÁRIOS