Esta é a participação em TV mais antiga que consegui guardar, embora haja tido várias anteriormente, nos anos 70 e no início dos 80.

De todo modo, é praticamente “vintage”: fui um dos entrevistadores, ao lado de Ricardo Noblat (então no Jornal do Brasil) e do apresentador Luiz Weis, de edição do programa “Perspectiva”, da TV Bandeirantes, veiculado em 1984, quando eu era editor-chefe da revista IstoÉ. O entrevistado era o então governador de Pernambuco Roberto Magalhães, que pertencia ao PDS, alinhou-se depois com os dissidentes que formaram o PFL que derrotariam o regime militar no Colégio Eleitoral no ano seguinte, 1985, elegendo Tancredo Neves, e continuou no partido como DEM.

Entre outras perguntas que lhe fiz está uma sobre seu não apoio à chapa de Paulo Maluf, seu então colega no PDS, na votação indireta do Colégio Eleitoral para presidente, que ocorreria posteriormente, em janeiro de 1985. “Eu entendia que a hora era de conciliação”, disse, ao explicar sua preferência pelo adversário de Maluf, Tancredo Neves (PMDB). “Maluf, a quem não faço restrição pessoal, não soma, não une”, acrescentou em outro momento.

Também lhe indaguei sobre se acreditava que outros governadores do PDS, partido oriundo de apoiadores da ditadura militar, se juntariam ao bloco pró-Tancredo. “A vitória do deputado Paulo Maluf na convenção [do PDS] significou a derrota de dez governadores de Estado do PDS que apoiaram a sua candidatura”, respondeu. “Esses governadores, é claro, homens experientes e políticos experimentados, competentes, sabem que foram derrotados e que serão mais ainda se o presidente vier a ser Paulo Salim Maluf. Porque nos seus Estados, provavelmente, eles vão ter  lideranças com apoio do Planalto que irão contrastar com a sua autoridade de governante e de chefe de seu partido. Portanto, há uma inclinação em todos eles em não apoiar Maluf”.

Em outra questão minha, com relação à capacidade ou não de Tancredo, se eleito, governar à frente de uma aliança política tão heterogênea, Magalhães disse: “se ele não tiver, eu não sei quem poderia ter neste país”.

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