Atos de vandalismo no canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, destruíram trinta alojamentos de trabalhadores – um terço das enormes instalações. A Força Nacional de Segurança, deslocada para o local dias atrás, quando a violência começou, não conseguiu conter os distúrbios, cuja gravidade começa pelo fato de que ali existe quase uma cidade, com 18 mil operários, e não seriam algumas centenas de policiais militares, por mais preparados que estejam, que iriam dar conta do problema.
O resultado é que há quase um mês a construção da usina hidrelétrica parou.
Duas considerações a fazer:
Esse verdadeiro motim dos trabalhadores de Jirau, gigantesca hidrelétrica no Rio Madeira, em Rondônia, cuja capacidade instalada final equivalerá a um quarto da de Itaipu, a segunda maior usina do mundo, começou há mais de um ano.
Mais precisamente, a 15 de março de 2011.
E até agora ninguém – nem o consórcio construtor da usina, denominado “Energia Sustentável do Brasil”, nem o Ministério do Trabalho, nem o governo de Rondônia, ninguém — conseguiu resolver de vez as demandas dos trabalhadores.
E é difícil dizer que elas são absurdas: querem melhores condições de trabalho e segurança, melhor assistência médica, sobretudo contra a malária, melhores instalações, melhor alimentação e, acima de tudo, o fim da brutalidade por parte dos agentes de segurança privados que supostamente mantêm a ordem nos acampamentos. Até o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, já andou por lá — e nada.

O consórcio é formado pela GDF Suez (multinacional de origem francesa que atua em mais de 70 países), majoritária, pela Construtora Camargo Corrêa e por duas estatais, a Eletrosul e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).
A Força Nacional de Segurança foi uma das boas ideias do lulalato. O problema é sua constituição, que reflete na sua capacidade de operar. Ela é composta dos quadros considerados melhores das Polícias Militares dos Estados, que são submetidos a treinamentos para afinar formas de atuar de forma a constituir uma força homogênea. Mas especialistas no assunto já apontaram que os treinamentos são insuficientes, que os componentes da Força Nacional provêm de culturas policiais e de condições de trabalho excessivamente heterogêneas e que a instituição carece da coesão necessária para atuar com eficácia.
Independentemente do pingo d’água no oceano que significou o envio de uma centena de homens da FNS a Rondônia num formigueiro constituído por milhares de trabalhadores, seria conveniente o governo repensar a formação e o modus operandi da instituição.
Por que não pensar na transição da forma atual para, com o correr do tempo, a formação de um corpo regular, próprio, federal, que receba o mais moderno treinamento e os melhores equipamentos e disponha de um quartel-general, uma linha de comando própria e estável e demais características de um organismo que funcione como uma verdadeira Guarda Nacional?
Naturalmente, em tal caso, haveria de se evitar ciumeiras na Polícia Federal, que deve ser o grande foco de qualquer governo para exibir uma polícia cuja eficiência e correção sirva de exemplo para as polícias estaduais. Pois a Guarda Nacional poderia perfeitamente ser uma divisão da PF para servir como um corpo fardado antidistúrbios, denominação que têm na Europa o que no Brasil conhecemos como “tropa de choque”.
(Post de Ricardo Setti, de São Paulo, publicado originalmente a 3 de abril de 2012 no blog que o autor manteve no site da revista VEJA entre 2010 e 2015)
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eu sou funcionário da construção civil não estudei para ser um engenheiro nem estudaria para ser um palhaço de obras eu ganho salario quase igual a um engenheiro e sou totalmente a favor destas manifestações que voçês chamam de badernas quase todos empresários do brasil são corruptos e incómcente e tem o direito de ser chamado de cidadão porquê o trabalhador que trabalha em situação precária não o direito de se manifestar se trabalho pesado fosse bom os senhores empresários empregavam somente seus parentes igual aos seres vivos de brasilia que se chaman de politico "Vocês", vírgula, Levi: este é um blog SÉRIO, que é totalmente a manifestações. Eu só chamo de baderna quando se trata, efetivamente, de baderna.
nao entendo porque as pessoas falam tantos absurdos se acha que o salario nao ta bom vai embora cada um ganha pela sua função se nao estudou quer ganhar iqual um engenheiro nessa greves sempre e a minoria pai de familia que acompanha a empresa nao faz isso,absurdo e oque esses bandidos fazem queimando o conforto que a empresa da pra eles e moro no alojamento e sei que muitos nao tem conforto que tem aqui esses sim são bandidos
Meu esposo trabalha no Jirau há 2 anos e realmente é muito difícil. Traalhar um mês inteiro 1semana pelo dia e 3 á noite e quando recebe o pagamento chega a ser absurdo apenas R$ 1.000,00 a empresa não diz o porque e aí é pra continuar trabalhando calado, poxa quem está de fora não sabe, eu posso atestar que não deveria ser chamado de baderna mas para que as autoridades olhassem para esses homesn e mulheres que passam suas vidas longe de casa sem saber se voltarão vivos. Então antes de falar que existiu ou existe baderna vá ao canteiro de obras como eu fui e não acreditei no que vi.
Se a FORÇA NACIONAL está lá e você afirma que está uma baderna, imagine se ela não estivesse? Acredito que deveria ir em loco para conhecer melhor o tralhalho realizado pelos integrantes da FN! A Polícia Militar de Rondônia tinha um contingente de 200 homens de sua tropa de choque especial. E não sou eu que afirma que "está uma baderna", mas todos os veículos de comunicação que lá estiveram mostraram a enorme arruaça ocorrida, com queima de instalações, destruição de veículos por fogo e fatos semelhantes.
Como falar de algo que não conhece. Ex.: Os índices da malária alcançaram redução histórica na região e no período em que está sendo instalada a Usina...seria muito bom se viesse um dia a Rondônia e conhecess o canteiro de obras que descreve de tal forma.
Essa Força nunca serviu pra nada, nem pra teatro, porque é minúscula.
Não há nada a fazer quando uma força maior atua sobre as menores. O erro foi construir uma usina numa região que sofre 6 meses de seca por ano. Grande desperdício!, e Alguém está vendo isto. Quanto às polícias não vejo nada errado, pois neste País, os baderneiros e bandidos não podem sofrer nenhuma lesão, e contra a força do mal não há resistência que aquente, falam porque não estão lá no lugar dos coitados... Aceitar salário e condições de empregos faz parte do livre arbítrio de cada um, nada justifica tamanha destruição!
Com todo respeito, acho que as condições de vida e trabalho nesta obra deveria ser investigada por uma comissão da oposição. É mais que seu dever. Ou alguém acredita realmente que mandar o Gilberto Carvalho significa ter uma visão humanista do que ocorre ali?
Amigo Setti: Pois é, mas se o próprio Lulalato é o maior fomentador de bagunça sindical no Brasil, ele José Dirceu e agora junto com P. H. Amorim formaram, como diria Stanislaw Ponte Preta, a nova sociedade Brasileira de plebe ignore, criaram facções até em torcidas organizadas, a pergunta é bem simples da onde vem os recurso e o incentivo desses baderneiros, José Dirceu e o Lulato. Tem q se manifestar? Já q são pais das crianças... Abs.